CORRENDO, REFLETINDO E MIJANDO

Dia 15 de março de 2009

O “início do ano” e a necessidade de adaptação à minha nova rotina profissional (mudei o local de meu escritório) e estudantil me levaram a ficar alguns dias ausente do meu blog, mas, aqui estamos!

Aqui? Aqui onde?

Aqui exatamente em Belém do Pará, onde estou a trabalho. Devido à benção das empresas aéreas tive que me deslocar para cá no domingo cedo e resolvi aproveitar meu domingo de cuecas no quarto de hotel, ao “som” do ar condicionado, pondo em dia algumas tarefas profissionais e pessoais, como o blog.

Lógico que entre as poucas roupas que trouxe na mala para esses dois dias, não poderia deixar de fora meu tênis de corrida! Essa que é a grande vantagem desse esporte: pode ser praticado em qualquer lugar que tenha chão... E até agora não conheci nenhum que não o tivesse...

Fim de tarde, sol se pondo (como se adiantasse alguma coisa, pois o calor continuava infernal), lá fui eu, correndo feliz pelas ruas de Belém e, adivinhem? A cabecinha já começou a funcionar enquanto eu fazia meu city-tour.

Alongamento e saída do hotel: houve um tempo em que me declarava o tal do solteirão convicto! Casar? Pra que, se eu posso ficar solteiro pra sempre, sem ninguém pra me incomodar, pulando de galho em galho e macaca em macaca! Tem coisa melhor nesse mundo? Mordi a língua, pois descobri que tem...

Avenida do canal (pois o lugar de corrida é ao lado do canal): Quando conheci a Tati, passei a rever alguns valores e, entre eles, esse. Uma hora o encanto da solteirice acaba, a gente enche o saco de ficar sozinho, enche o saco da balada, do lance de beber até entortar, de correr atrás da mulherada e comer AuAu na madrugada (Opa! Rimou!). Uma hora na vida a gente quer é mais é ficar em um só galho, com a mesma macaca. Não conheço nenhum amigo que tenha escapado dessa regra e comigo não foi diferente: casei pouco mais de um ano após nos conheceremos.

Avenida das docas (rua paralela, de paralelepípedo, pra escapar do trânsito): Agora estou casadão, vida bacana, viagens, um barzinho aqui, jantarzinho ali, amizade com outros casaizinhos bacanas, programas de casais, filhos... Filhos? Ta doido? Nem a pau, Juvenal! Pra que estragar toda essa curtição com uma criança ranhenta e barulhenta? Confesso que nunca suportei crianças descontroladas e indomadas! Até mesmo já briguei com minha irmã por causa da perda de controle de seu filho... Mal sabia eu, na ocasião, que estava dando mais uma mordida na língua...

Mercado Ver-o-peso (ora de fazer meia volta pro hotel, já estou correndo há 25 minutos): Na viagem, toda criancinha que vi no aeroporto, avião e na cidade me chamou a atenção, me deixou fascinado, até mesmo aquelas descontroladas! Ao meu lado, no avião, havia uma menininha de uns 6-7 anos que era uma graça! Ajudei-a na tarefa de abrir a bandeja e ela respondeu toda educadinha e com ares de adulta: “muito obrigado”. A mesma educação não percebi no casalzinho da mesma faixa etária da poltrona de trás, cuja mãe tentava domar a todo custo, porém sem sucesso, resultando em choros, gritos e escândalos. Porém, ao contrário de outras vezes quando tive vontade de esganar a progenitora das matraquinhas, aceitei o fato e senti até certa dó das crianças e da mãe...

Avenida do canal (retorno): É, acontece. Crianças não são ciência exata, não são assim tão previsíveis e controláveis como eu um dia julguei. Por isso, aproveito a ocasião: Esa e Fê, me desculpem se custei para entender isso.

Chegando ao hotel, tomei um banho, relaxei, fiz um lanche no restaurante e, antes de dormir, resolvi tirar uma bela água do joelho. Nesse momento lembrei-me da minha mãe reclamando (quando morava com ela) que eu freqüentemente “errava a mira” e sujava o chão:

- Como que você pode fazer isso? É só mirar e acertar! Simples! – Dizia ela, sem saber que, assim como filhos, essa operação, no caso masculino, não é uma ciência exata, previsível e controlável. Volta-e-meia somos surpreendidos com um jato tardio que acaba por estragar a execução da operação, por mais que nos esforçamos para que o resultado seja o “mais limpo” possível.

“Nossa, preciso contar isso para minha mulher!” – pensei. Se tiver um filho homem, não quero que ele leve bronca pelos acasos de um pipi levado!

Me sinto cada dia mais animado para encarar a tarefa de ser pai. Estou aprendendo que nem tudo na vida é plenamente controlável e as crianças não são exceção. Embora tentemos fazer o melhor, nem tudo sempre acaba saindo conforme o planejado.

O chão do banheiro do hotel que o diga...

2 comentários:

  1. Marcelo, vc esta de parabens!! Estou boba com a sua empolgacao!! As suas historias estao divinas, eu e Luiz estamos nos divertindo aqui lendo o seu blog!!! Aquela do frango foi a melhor de todas!!! Saudades de vcsssss!! daqui exatamente um mes estaremos ae para aproveitar de pertinho essa gravidez com vcs!!!
    Bjo enorme Ane e Luiz

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  2. Que delícia esse blog, Marcelo!!! Pelas histórias e receitinhas! hehe
    Beijos pra vcs e pro Embrião!! ;)

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