Certa feita, algo lá pelo o 4º e 5º sobrinho (já tenho oito...), ao perceber a cara de ânsia que eu fazia ao assistir a cena da troca de fraldas, minha mãe afirmou:
- Cocô de neném novinho não tem cheiro! É dourado e perfumado!
Ok...
Cá estou eu, meio segundo após abrir a fralda do Theo, inchada de tanta merda,pesando uns 5 quilos, embriagado pelo fedor da defecada que toma conta do quarto, lembrando essas “sábias” palavras de minha mãe....
Não tem cheiro? Caraca, ela deveria estar aqui pra sentir o fedorão da caca!
E mais: olho pra carinha dele, reclamo carinhosamente que a coisa tá feia lá nos países baixos e o safado solta um sonoro peido com direito a uma risadinha marota! Será que o pilantrinha mirim entende tudo e tá me sacaneando?
Aliás, nunca acreditaria se não visse, ouvisse e cheirasse com meus própros recursos: esse piá peida mais que um cavalo velho!! Pô, deixou o papai aqui no chinelo! Peidos sonoros, longos e repetidos!! Ah, e muito fedorentos! (não tem cheiro, mãe?)
Em situações drásticas a fralda acaba não vencendo os quilos de bosta e a coisa toda se espalha pelas pernas e pelas costas. Numas dessas ocasiões, creio que na primeira delas, fiquei tão orgulhoso do meu serviço após trocá-lo que saí distribuindo mensagens de texto a todos, narrando meu ato heróico. Entre respostas comovidas e enojadas, o Juarez, grande amigo, pai do André, previu:
“Logo você vai ter merda embaixo das unhas e não vai nem ligar”
Nojento?
Bem, o fato é que nesses dois meses mexendo em rebosteios do Theozinho, por diversas vezes, distraído com a limpeza das dobrinhas cagadas, percebi que meu dedo ou minha mão estavam com torrões “dourados e perfumados”, como diria minha mãe. Pura bosta.
Nojento?
Curioso... o fato é que, por mais fedorento e poderoso que seja a cagaria do Theo, não me dá nojo! Engraçado, não? Será o instinto paternal?
Deixo a resposta para os escatológicos freudianos de plantão.
Você que não tem filho deve estar com nojo, me achando um cara porcão. Mas então vou te contar o que, para mim, é a própria materialização da palavra "nojento": aquela cordinha de descarga de banheiro de posto, que um dia provavelmente foi nova e branquinha, mas agora, no momento em que você precisa puxá-la para dar adeus a seu amigo moreno, está completamente encardida.
Conclusão: muita gente meteu a mãozona suja na cordinha antes de você. Suja do que? Você sabe...
Tem coisa mais nojenta?